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  • Foto do escritorFernanda Palhari

Relendo Trono de vidro - Leitura Coletiva

Atualizado: 16 de abr. de 2020



A série Trono de Vidro tem sido uma das minhas favoritas há anos e, desde que a finalizei, em meados de 2019, a vontade de reler todos os volumes fazia só aumentar. Quando decidi que faria isso em 2020 pensei que seria bacana compartilhar essa experiência de releitura, então fiz algumas enquetes no instagram para perguntar sobre o interesse em uma possível leitura coletiva da série. As respostas foram positivas e ficou decidido que começaríamos nossa experiência em fevereiro, com um livro por mês (com exceção de Reino de Cinzas, para cujas quase mil páginas reservamos dois meses). A discussão geral sobre cada volume vai ser feita no próprio instagram, com posts que vou colocar no ar ao fim de cada período de leitura, mas quero fazer posts aqui no blog também, tanto para poder aprofundar mais minhas reflexões sobre a história quanto para criar uma espécie de diário de leitura para o qual eu posso voltar mais tarde e relembrar como foi essa experiência. Ah, e estou torcendo para conseguir fazer páginas sobre cada livro no meu reading journal, que estou para começar há tempos - o caderno já está aqui, só falta por a mão na massa mesmo hehe.



O LIVRO

Nesse primeiro volume, que dá nome à série, acompanhamos Celaena Sardothien, a protagonista, ser levada das minas de sal de Endovier, local onde cumpre sua sentença de escravidão, para o castelo de vidro de Forte da Fenda, a residência real. O príncipe herdeiro a escolheu como sua campeã, a fim de que ela participe da competição que elegerá o campeão (ou a campeã) do rei de Adarlan, aquele que fará todos os serviços que ele precisa que sejam executados secretamente. Tendo em vista sua tirania amplamente conhecida, se ele considera necessário fazer algo escondido, dá para imaginar o quão ruim essa coisa deve ser. Celaena exita quanto a se tornar o carrasco de um rei tão cruel, mas tendo como alternativa apenas o retorno a Endovier, aceita o desafio.


Acho importante destacar como a personalidade de Celaena é forte. Mesmo tendo apenas dezoito anos, ela já enfrentou muita coisa ao longo da vida, além de ter treinado tanto a ponto de se tornar a assassina mais perigosa do reino. Os eventos que levaram à sua prisão são contados em outro livro, A lâmina da assassina, que reúne alguns contos da época anterior a seu tempo nas minas de sal - eu ainda não li esse volume, então estou bem animada para abril, o mês dele na nossa LC, que está sendo feita seguindo a ordem de lançamento. Além das habilidades de luta, com e sem armas, Celaena também é dona de um humor característico, com pitadas de ironia e arrogância. Ainda, é fã de livros e de chocolate, provavelmente o combo de características perfeito para conquistar a maioria dos leitores.



Dorian, o príncipe herdeiro, se mostra desejoso de um dia se tornar mais forte que o pai e ser um líder mais justo e menos cruel para com seu povo. Ele não entende a necessidade do pai de seguir conquistando reino após reino e destruindo todos que se propõem a tentar diminuir seu avanço. Entretanto, ele ainda se encontra preso nas próprias correntes e, por consequência, acaba permanecendo imóvel durante situações em que talvez devesse ter agido. De toda forma, dá para perceber uma pessoa em construção, aos poucos buscando a força dentro de si que poderá ajudá-lo a tornar seus desejos realidade.


Chaol, o jovem capitão da Guarda Real, é amigo de Dorian desde a infância e extremamente leal a seu príncipe. Essa é uma característica que admiro bastante no personagem, apesar de saber que essa lealdade me fará questionar as ações do capitão em momentos posteriores da série. Também aprecio como ele de fato age em determinados momentos do livro, como ele está ali para Celaena quando ela mais precisa - não foi a toa que shippei os dois quando comecei a ler a série, vários anos atrás.


Nehemia é a princesa do reino de Eyllwe, que também se encontra sob o domínio de Adarlan mas ainda não foi totalmente subjugado. Ela está no castelo supostamente para estabelecer relações diplomáticas com Forte da Fenda, mas é uma mulher que não se deixa derrotar por tiranos e luta da forma que pode para garantir a segurança e a liberdade de seu povo. Ela e Celaena se tornam amigas e desenvolvem laços ainda mais profundos ao longo das páginas.



O enredo acompanha as semanas de treinamento e disputas entre os vários candidatos ao posto de campeão e durante esse tempo poderes estranhos parecem rondar o castelo. Aos poucos, alguns competidores começam a ser mortos por algum animal não identificado e Celaena se vê chamada, por alguém que há muito estava adormecida, a agir de forma a enfrentar essa ameaça. Então, ao mesmo tempo em que ela treina e enfrenta os vários candidatos, também se dedica, um tanto contra a vontade, a identificar esses poderes e extinguir o que quer que eles estejam criando.


Também vemos, trançadas no texto, várias alusões ou até mesmo passagens mais concretas sobre localidades ou pessoas que se tornam mais importantes nos volumes posteriores da série - como as montanhas Canino Branco, o Reino das Bruxas, o símbolo de Terrasen etc. -, além de alguns diálogos que terão um sentido mais concreto para o leitor apenas com o avançar da história.


Ainda assim, esse primeiro volume já consegue trazer bastante do universo mágico da série, além de trabalhar/abordar questões como amizade, lealdade, senso de justiça, bondade, tirania, cobiça entre outros temas importantes.



MINHA EXPERIÊNCIA DE RELEITURA

Pela velocidade em que reli o livro fica comprovado que continuo amando a obra, basicamente hehe. Revisitar esse início da história, reencontrar os personagens ainda no início da jornada que eles terão que enfrentar foi uma experiência incrível. Entretanto, o mais marcante dessa releitura para mim foram os momentos em que percebi alusões a personagens e locais que aparecem de fato apenas em livros posteriores, como comentei alguns parágrafos acima.


Fiz questão de usar vários post-its para marcar todo e qualquer trecho que eu achasse importante por algum motivo - demonstração/indicação dos sentimentos de um personagem, referência a locais que serão melhor explorados depois, momentos marcantes etc - e, ao final, fiz 55 marcações. Ainda não desenvolvi um sistema de cores que me facilite a busca pelos trechos após a leitura, mas um dia chego lá haha. Mas, como não quero deixar os marcadores para sempre no livro, estou transcrevendo os trechos para um documento no word e vou deixar alguns deles aqui nesse post - pode ser que mais para a frente eu edite o post e acrescente alguns que deixei de fora agora :),


TRECHOS

Como estou fazendo desse post também um diário de leitura, preferi deixar as passagens grandes, não selecionando apenas a frase mais importante do trecho, então spoiler é o que não falta daqui para a frente, ok?


"Pelo meio da manhã, já tinham alcançado a floresta de Carvalhal, a qual cercava Endovier e servia como divisão entre os países 'civilizados' do leste e as terras não mapeadas do oeste. As lendas ainda falavam das pessoas estranhas e perigosas que a habitavam, os cruéis e sanguinários descendentes do decaído Reino das Bruxas. Uma vez Celaena conhecera uma jovem daquela terra amaldiçoada e, embora tivesse se revelado realmente cruel e sanguinária, ainda era apenas uma humana. E sangrara como humana." (p. 32-33)


"Pequenas flores brancas tinham sido deixadas ao pé da cama improvisada, e pegadas miúdas como de crianças formavam um rastro para dentro e para fora da tenda. Antes que alguém entrasse, Celaena passou o pé sobre as pegadas, apagando-as, e enfiou as flores em uma sacola próxima" (p. 40)


"Celaena não desejava reinar sobre a cidade novamente. A magia estava morta, os feéricos tinham sido banidos ou executados, e ela nunca mais teria nada a ver com a ascensão ou a queda de reinos.

Celaena não tinha destino. Não mais." (p. 45)


"- O que é aquilo? - sussurrou ela, e apontou para um par de portas de carvalho de 6 metros de altura; os olhos de Celaena se arregalaram diante dos dragões que saíam das paredes de pedra dos dois lados. Eram dragões de quatro pernas, não como as malignas serpentes aladas bípedes que estampavam o selo real.

- A biblioteca.

[...]

Celaena entrava em uma cidade feita de papel e couro. Ela levou a mão ao coração. Para o inferno com rotas de fuga.

[...]

- Por que nenhum de vocês está aqui?

- Guardas são inúteis em uma biblioteca.

Ora, como ele estava errado! Bibliotecas estavam cheias de ideias. Talvez as mais perigosas e poderosas armas" (p. 60-61)


"Ela deu um passo para trás diante da tapeçaria para estudar melhor o conteúdo completo da peça.

No centro havia um veado, magnífico e viril, olhando de solsaio para Elena. O símbolo da casa real de Terrasen, do reino que Brannon, o pai de Elena, fundara. Um lembrete de que embora Elena tivesse se tornado rainha de Adarlan, ela ainda pertencia a Terrasen. Como Celaena, não importava onde Elena fosse, não importava a distância, Terrasen sempre seria parte dela." (p. 216)


"Pelor olhou para o relógio, assistindo passarem os últimos segundos para o fim da prova. Mas por que ajudá-la?

[...]

Talvez porque, além dela, o candidato que Cain mais gostava de atormentar era Pelor. Porque, durante o tempo passado em Endovier, os aliados que fizera não eram os queridinhos dos capatazes, mas os mais odiados por eles. Os excluídos protegiam uns aos outros." (p.234)


"Todo ano, nove crianças eram escolhidas. Se uma delas parasse diante de você, você receberia as bençãos dos deuses e o pequeno presente que a criança carregava como símbolo da graça do deus.

[...]

Deanna, deusa da caça e das donzelas, se aproximou. Celaena mudava o peso do corpo de um pé para o outro, desejando que não tivesse exigido que Chaol lhe desse o lugar da ponta. Para seu medo e espanto, a garota parou na sua frente e retirou a venda.

[...]

- Que Deanna, a caçadora e protetora dos jovens, a abençoe e proteja este ano. Eu lhe confiro este arco dourado como símbolo do poder e das boas graças dela." (p. 273)


"- Durante todo esse tempo, eu pensava que você era só uma menina bonitinha de Enseada do Sino que roubou joias para chamar a atenção do pai. Eu mal sabia que a loirinha era a rainha do submundo." (p. 320)


"- Você poderia sacudir o universo - sussurrou a rainha. - Poderia fazer qualquer coisa, se ousasse. E, no fundo, também sabe disso. É o que mais lhe assusta." (p.283)


"Elena levantou o rosto na direção da luz da lua.

- Porque há pessoas que precisam tanto ser salvas por você quanto você precisa ser salva. Negue o quanto quiser, mas há aqueles, como os seus amigos, que precisam de você aqui. Sua amiga Nehemia precisa de você aqui. Porque eu estava dormindo... Um sono longo e eterno... E fui acordada por uma voz. Essa voz não pertencia a uma única pessoa, mas a muitas. Algumas sussurravam, outras gritavam, algumas nem sabiam que estavam pedindo ajuda. Mas todas querem a mesma coisa." (p.283)



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❤ Até o próximo post! ❤


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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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