Como andam suas metas? - Fim do primeiro trimestre

Em 2020 me propus a planejar meu ano por trimestres, seguindo mais ou menos a ideia do "ano de doze semanas", e como o primeiro quarto de 2020 chegou ao fim há alguns dias parei para refletir mais intensamente sobre como foram esses últimos três meses e a quantas andam as metas que estabeleci lá em janeiro.

Disse que estou seguindo mais ou menos a ideia do ano de doze semanas porque não li o livro The twelve week year (ainda farei isso!), mas suas ideias gerais foram citadas por alguns produtores de conteúdo sobre desenvolvimento pessoal que acompanho, aplicadas em alguns contextos, e a estratégia me pareceu bastante boa - planejar o que preciso fazer durante três meses e seguir minhas resoluções durante esse tempo faz com que meus objetivos não pareçam estar tão longe de serem alcançados e nem minhas metas impossíveis de serem cumpridas.

É claro que esse ano está sendo único, devido à pandemia de COVID-19. Durante essas últimas semanas tenho vivido em um ritmo mais tranquilo, com uma rotina mais flexível e dando prioridade à minha saúde mental. Entretanto, também não quero deixar que a situação atual me impeça de enxergar mais à frente e de continuar traçando caminhos. Para mim esse momento, de teor extremamente trágico (e nós ainda nem chegamos na pior parte), pode servir também como uma boa demonstração de que somos capazes de sermos versões melhores de nós mesmos, e talvez o estímulo necessário a muitos de nós para que pratiquemos uma vida com mais intenção, mais laços humanos, menos materialismo e mais altruísmo.

No início de 2020 estabeleci metas para os vários campos da minha vida, englobando a Fernanda acadêmica, a produtora de conteúdo, a professora e também minha pessoa física. Escrevi meus objetivos do ano logo na primeira página do bujo, bem em seguida da página de abertura. Refleti sobre como queria me sentir ao final do ano, o que gostaria de ter alcançado até lá e quais seriam os passos necessários para que essa visualização se tornasse real.

É claro que, como praticamente nada é estático, esses processos - ou caminhos - podem mudar um pouco. Alguns objetivos foram alcançados antes do esperado, então outros tiveram que lhes ceder o lugar, para que eu pudesse dirigir meu foco mais fortemente em fazer a semente conseguida germinar, e acabaram sendo postergados. Mas essas metas postergadas continuam tendo um prazo e um detalhamento de meios que me possibilitarão alcançá-las. Pode até ser que eu não consiga cumprir tudo o que planejei até o final do ano, mas quero garantir que poderei dizer lá no fim de dezembro que durante os últimos doze meses fiz tudo o que estava ao meu alcance para tirar meus sonhos do papel e trazê-los para a realidade.

Para que isso aconteça, preciso ter em mente constantemente quais são os meus objetivos, e não pensar neles apenas de vez em nunca. Sendo assim, a cada quinze dias vou lá na minha primeira página do bujo conferir o que escrevi. Leio cada meta e reflito se estou seguindo no caminho para conquistá-la, e só preciso continuar me desenvolvendo naquele aspecto, ou se na verdade ela está um tanto esquecida e, nesse caso, preciso traçar planos para que ela comece a ficar mais tangível. E, apesar das palavras rebuscadas e do processo aparentemente complicado, isso é algo bem simples, que faço em cerca de cinco minutos - segundo minhas contas, no total são pouco mais de duas horas, no ano inteirinho, para garantir que eu não vou chegar em dezembro me perguntando onde é que foram parar os sonhos que havia visualizado em janeiro.

Mas, como escrevi ali em cima, planejei meu ano em trimestres. No meu caso, funciona mais ou menos assim: a maioria das minhas metas exige uma dedicação durante o ano todo para serem cumpridas, mas em determinado trimestre o meu foco se voltará a uma certa meta mais fortemente. Além disso, o final do trimestre me serve como um momento para avaliar se as coisas que me propus a realizar ainda são válidas, se quero de fato realizá-las, e se estou fazendo o que é necessário para tal. Afinal, já se foram três meses do ano. Faltam mais nove. Depois de doze semanas, eu ainda estou no mesmo lugar ou me movi?

Acho bacana ressaltar que não é necessária uma grande conquista para validar seu progresso. Se você se propôs a aprender mais sobre determinado campo e se sentou para de fato estudar e construir conhecimento, já saiu do lugar em que estava anteriormente. Entretanto, também é importante tomar cuidado para que não nos iludamos com um fazer infinito que na verdade não está nos levando a lugar algum - às vezes, procrastinação também se disfarça de produtividade: se você já estudou tanto sobre tal assunto, não está na hora de sair da teoria e ir para a prática, de aplicar todo aquele aprendizado?

Fazendo minha reflexão trimestral, fiquei feliz em perceber que estou no caminho para cumprir a maioria das minhas metas, mas existem, sim, algumas que deixei de lado durante esses três primeiros meses e às quais preciso dar mais atenção à partir de abril. O momento é de incertezas, mas meus sonhos continuam sendo os mesmos (ou versões evoluídas do que foram anteriormente), então quero fazer o que for possível para seguir caminhando na direção deles, sem deixar de me solidarizar com a realidade ao meu redor e de fazer o que estiver ao meu alcance para oferecer ajuda ou conforto.

Espero que esse post tenha inspirado vocês a refletirem um pouquinho e a traçar planos para que os seus sonhos possam sair do papel. E para quem já faz algo do tipo, espero que essa postagem sirva como uma conversa, para que vocês se sintam acompanhados na jornada de transformar aquelas visões do início do ano em realidade.

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