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Simon vs. a agenda homo sapiens, de Becky Albertalli

Atualizado: 30 de abr. de 2020


Esse é o livro mais fofo que li nos últimos tempos, sinceramente. Ele me conquistou desde o início e não me decepcionou nem um pouquinho. A obra tem feito muito sucesso desde o lançamento, e mais recentemente tem ganhado um destaque maior ainda devido à estréia do filme produzido com base nela, chamado Com amor, Simon. Eu resolvi lê-la quando descobri que era uma das histórias escolhidas pelo clube Infinistante no mês de março e estou felicíssima por ter me aventurado por essas 266 páginas maravilhosas.

Simon vs a agenda homo sapiens conta a história de Simon, um adolescente gay que ainda não assumiu o fato para os amigos ou os pais. Há apenas uma pessoa que sabe essa verdade sobre Simon, o garoto com quem ele vem trocando emails há algum tempo, chamado Blue. Ao longo do livro vamos acompanhando o desenvolvimento e estreitamento da relação entre os dois personagens, que sabem apenas alguns fatos sobre a identidade real um do outro, entre os quais o de que frequentam a mesma escola. Amei a escolha de 'transpor' os emails para as páginas, dando ao leitor a sensação de estar ali com Simon enquanto ele escreve suas mensagens e lê as que Blue envia para ele.

O bacana é que a história não foca apenas na relação entre Blue e Simon. Também vemos como ele se comporta com os amigos, os colegas de classe, os pais, as irmãs. Enfim, presenciamos a vida e os contratempos normais de um adolescente de dezessete anos. Mas Simon é um adolescente de dezessete anos que precisa sair do armário, e achei maravilhoso como Becky Albertalli tratou a questão. Ela retratou bem como nós costumamos fazer um estardalhaço sobre algo que deveria ser natural. Em um dos emails Blue diz algo sobre isso que achei bastante válido, então vou colocar aqui:

É mesmo muito irritante que hétero (e branco, diga-se de passagem) seja o normal e que as pessoas que precisam pensar sobre sua identidade sejam só aquelas que não se encaixam nesse molde. Os héteros deviam mesmo ter que sair do armário, e quanto mais constrangedor fosse, melhor. O constrangimento devia ser obrigatório.

(p.131)

A relação entre os dois me pareceu bastante especial, me peguei sorrindo feito boba em vários momentos da leitura. Eles não sabem suas identidades reais mas se conhecem de uma maneira diferente, mais intrínseca, e são um pouco como o porto seguro um do outro. Já fazia algum tempo que um livro me tocava tanto e me apaixonei ainda mais pela história por me fazer sentir assim.

Eu amei acompanhar Simon durante os ensaios da turma de teatro, nas aulas de literatura, nas idas à casa do amigos. Amei acompanhá-lo enquanto ele juntava coragem para contar sobre ser gay para a família e enquanto ele enfrentava as consequências na escola por ter se assumido - nós bem sabemos que ainda tem muita gente por aí que acha graça em fazer piada à custa da vida dos outros e que, na verdade, não tem nada de engraçado nisso. E amei testemunhar a história de Simon e Blue.

Gostei tanto do livro que já comecei a pesquisar outras obras da autora para ler, haha. Vou deixar alguns outros quotes da história aqui embaixo também, logo depois da foto.

Mas estou cansado de sair do armário. Tudo que eu faço é sair do armário. Tento não mudar, mas estou sempre vivendo essas pequenas mudanças. Arrumo uma namorada. Tomo uma cerveja. E, todas as vezes, preciso me reapresentar para o universo. (p.54)

Quase quis dar um soco em mim mesmo por causa disso. Branco não devia ser o padrão, assim como hétero não devia ser o padrão. Não devia existir nenhum padrão.

(p.236)

Não faço ideia de quem ele seja. Não tenho pista nenhuma.

Mas acho que estou me apaixonando por ele de novo.

(p. 226)

❤ Até o próximo post! ❤

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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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