top of page
  • Foto do escritorFernanda Palhari

Razão e Sensibilidade, de Jane Austen

Atualizado: 30 de abr. de 2020


Fiz minha primeira releitura de Razão e sensibilidade em abril e, na verdade, senti praticamente como se estivesse lendo a história pela primeira vez. Eu tinha consciência de que o livro não tinha me marcado muito e de que eu havia apenas gostado do enredo, sem ficar especialmente atraída por algum ponto, mas não achei que fosse nesse nível. O que é bem triste, porque a história tem muito a oferecer. Acho que eu só não estava em um momento propício da vida para lê-la, mas felizmente foi diferente dessa vez.

A história se centra principalmente na vida das duas irmãs Dashwood, Elinor e Marianne. Ambas vivem com a irmã mais nova, Margaret, a mãe, Sra. Dashwood, e o pai, Sr. Henry Dashwood, em Norland. Entretanto, com a morte de Sr. Henry a propriedade acaba sendo herdada pelo filho do primeiro casamento do falecido, Sr. John Dashwood. O meio-irmão das moças, então, se muda para sua nova casa com a esposa e o pequeno filho. A relação entre as duas partes da família é bem tensa, e a única coisa boa advinda dessa situação para as irmãs Dashwood é o fato de conhecerem Sr. Edward Ferrars, irmão da Sra. John Dashwood, um rapaz reservado e de muito bom coração.

A Sra. Dashwood e as filhas conseguem um novo lugar para morar e passam a viver no aconchegante Chalé Barton, comprado de um primo da Sra. Dashwood, Sr. John Middleton, um homem que se certifica de estar sempre cercado de várias companhias. Essa característica do novo vizinho leva a viúva e as jovens a visitarem sua residência com frequência, mesmo que a família dele não as agrade muito. Lady Middleton é uma mulher que preza pela elegância mas não agrega muito às conversas, se importando apenas com o que diz respeito a seus filhos, e sua mãe, Sra, Jennings, está sempre pronta demais para as fofocas.

Quando não estão nas reuniões sociais dos Middleton, as Dashwood se empanham em ler, desenhar e fazer caminhadas pelo campo. É em uma dessas caminhadas que Elinor e Marianne acabam conhecendo Willoughby, herdeiro de uma rica senhora da região. Ele e Marianne descobrem vários gostos em comum e rapidamente se tornam bastante próximos.

O que Marianne e Willoughby têm de mais parecido um com o outro é a tendência a se deixar levar por seus ímpetos. Ela é uma moça de sentimentos extremos, que prontamente ou ama ou odeia algo e não aceita opiniões diferentes da sua. Essa personalidade a coloca em alguns apuros e é responsável por várias situações de má educação da parte dela. Acho que podemos considerá-la como um símbolo do não conformismo na história, mas levado a um extremo que faz mais mal do que bem.

Elinor, por outro lado, é a mulher mais sensata da família, aquela que concerta as situações desagradáveis criadas por Marianne e que tenta impedir que a irmã e a mãe tomem decisões muito precipitadas. Ela é a "razão" do título, enquanto Marianne é a "sensibilidade", mas isso não quer dizer que ela não tenha sentimentos, de forma alguma, ela apenas tem maior sucesso em administrá-los. A impressão que eu tive é que ela controla seus sentimentos apenas para que eles não sejam vistos pelas pessoas a seu redor e para manter a boa educação, quando em situações irritantes, mas não se impede de sentí-los. Acho que o fato de a mãe e a irmã se sentirem tão livres para amar ou odiar profundamente algo a torna mais cautelosa.

Ambas as irmãs passam por situações bem difíceis ao longo da história, principalmente em relação aos seus interesses amorosos. A mais evidente, como dá para adivinhar, é a de Marianne. Elinor sofre de forma bem mais contida e, por isso mesmo, é a que mais me toca. Ela aguenta tudo dentro daquele coraçãozinho, sem falar para ninguém. Dá vontade de entrar na história só para dar um abraço nela.

Outra personagem que me conquistou foi a Sra. Jennings. No início ela parece só mais uma viúva que gosta de passar o tempo falando sobre a vida dos outros, mas ela é bem mais que isso. Mesmo que às vezes (quase sempre) ela seja meio obtusa e não enxergue as situações direito, a senhora é dona de um coração enorme que se importa bastante com todos a sua volta e é muito boa para as irmãs Dashwood.

Em contrapartida, como em quase todas as histórias, há alguns personagens com os quais é impossível não antipatizar, como o Sr. Jonh Dashwood e a esposa. Eles são extremamente avarentos e se importam apenas com a riqueza e a boa aparência. Eles não movem um grão para ajudar a Sra. Dashwood e as filhas. Sr. John até pensa em fazer algo, devido a uma promessa feita no leito de morte de seu pai, mas é fácil e rapidamente dissuadido da ideia por sua esposa.

Eu amei ler a história novamente. Releituras sempre trazem novos detalhes à tona, que não havíamos notado antes, mas no caso de Razão e sensibilidade a experiência me proporcionou toda uma nova perspectiva sobre o livro e fiquei bem feliz por isso. Alguém aí já leu o livro, ou alguma outra obra da Jane? Me contem nos comentários!

❤ Até o próximo post! ❤

Posts recentes

Ver tudo

Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

EU.jpg
  • skoob_icon
  • Twitter
  • Pinterest
  • Spotify - Black Circle
  • Instagram

O BLOG NO INSTAGRAM

©Fernanda Palhari by DO IT YOURSELF. Proudly created with Wix.com

bottom of page