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  • Foto do escritorFernanda Palhari

Razão e sensibilidade, 1996

Atualizado: 30 de abr. de 2020


Recentemente fiz uma releitura de Razão e Sensibilidade que me deixou bastante feliz, como comentei na resenha que publiquei aqui no blog. Então pensei, porque não aproveitar que a história está fresca na minha mente e assistir a adaptação cinematográfica da obra? Chamei minha irmã e lá fomos nós para a querida Netflix.

Apenas para fazer uma rápida contextualização da obra, a história de Razão e sensibilidade se foca principalmente na vida de Elinor e Marianne Dashwood. Ao longo do livro vemos suas dificuldades, inclinações amorosas e sua relação com a sociedade. Para quem quiser ter uma ideia melhor de como é a história, recomendo dar uma olhada no post da resenha antes de ler este, porque aqui vou me centrar mais na questão da adaptação mesmo, que coisas estão iguais e o que foi mudado na versão cinematográfica, então haverá vários spoilers. Beleza? Então vamos lá!

Elinor é interpretada por Emma Thompson, que também escreveu o roteiro. Me incomodei com o fato de ela parecer mais velha do que eu havia imaginado a personagem quando li o livro, mas a atuação dela é tão cativante que isso se torna algo sem muita relevância. A sagacidade característica de Elinor, que observa e percebe os pequenos detalhes a sua volta, está bem presente, assim como seu lado racional. E a cena em que ela finalmente deixa seus sentimentos extravasarem na frente da irmã também foi impressionante. Seu par romântico, Edward Ferrars, é trazido a vida por Hugh Grant, que também está muito bem. Ele está sempre com uma postura um tanto esquiva e por vezes não consegue terminar uma sentença, o que me lembrou bastante do personagem do livro, que não tem lá muitas habilidades sociais. E o bom coração dele foi mostrado já logo no início do filme, quando ele se recusa a ficar num dos quartos da família em sua primeira visita a Norland (sua irmã havia lhe dado o quarto de uma das Dashwood porque tinha a melhor vista) e no modo como trata a mais nova das irmãs Dashwood, Margaret.

Kate Winslet interpreta Marianne e acho que ela passa muito bem a impetuosidade e a paixão com a qual a personagem vive sua vida. As cenas dela com Willowghby em Barton transmitem aquela sensação de amor desenfreado que temos ao ler a história e o desconforto da moça com a maioria das pessoas ao seu redor fica bem evidente. Willowghby, aliás, é interpretado por Greg Wise, cuja atuação me chamou a atenção só lá pelas cenas finais (talvez seja meu desgosto com o personagem aparecendo aqui). E o maravilhoso Alan Rickman traz a vida o gentil coronel Brandon. Ele se encanta por Marianne logo na primeira cena em que a vê, cantando enquanto toca piano, e sua bondade e seu bom coração estão sempre presentes. As cenas em que Marianne está ao piano, inclusive, são lindas, com músicas encantadoras.

O Sr. e a Sra. John Dashwood estão irritantes e avarentos como sempre, e Sr. John Middleton e a Sra. Jennings continuam gostando de uma boa diversão, mas esta última foi apresentada como mãe do Sr. Middleton. A Sra. Middleton foi excluída da história, assim como a Srta. Steele. Apenas a mais nova das irmãs, Lucy Steele, aparece aqui, já que seu papel é tão importante para o tormento de Elinor e de Edward.

Eu gostei muito da adaptação e acho que ela transmite boa parte dos sentimentos que Austen nos proporciona com sua história. Consegui sentir a Elinor que se guia pela razão e controla seus sentimentos, a Marianne desenfreada e por vezes mal educada, o Edward deslocado, mas bondoso e o coronel Brandon gentil e constante.

Pesquisei depois de assistir ao filme e descobri que o ele ganhou vários prêmios, inclusive os de melhor roteiro adaptado no Oscar de 1996 e melhor filme de drama no Globo de Ouro do mesmo ano. Eu fui assistir à adaptação sem muitas expectativas, por que não fazia ideia se ela tinha dado certo ou não, então não fui influenciada pelo peso dos prêmios que acabei de citar. Fiquei comparando o filme com o livro a todo instante e percebi que há, sim, muitas diferenças, mas elas se encaixam tão bem que não faz sentido reclamar delas. E, além disso, a obra é uma adaptação da obra de Austen, e não uma cópia. Eles precisaram encaixar em duas horas um livro de mais de quatrocentas páginas -e fizeram isso muito bem, na minha opinião.

Entretanto, acho importante falar das cenas de que senti falta. Uma delas é a do duelo, que no livro é apenas mencionado, mas no filme não há nem isso. Também acho que seria bacana se eles tivessem feito a cena em que Willoughby fala com Elinor enquanto Marianne está doente. A mensagem de que ele a amava (do jeito dele, obviamente) é transmitida pelo coronel Brandon, e o desgosto de Willowghby com o casamento de Marianne é mostrado bem rapidamente em apenas um momento rápido lá no fim do filme.

Achei bacana como eles escolheram mostrar a afeição entre Edward e Elinor, com vários passeios pelas terras de Norland ainda no início do longa. As paixões extremas de Marianne foram bem resumidas em uma fala da personagem enquanto conversava com a mãe, dizendo que nada poderia ser mais glorioso do que morrer por amor. A mãe, aliás, parece ser um pouquinho mais racional no filme do que é no livro.

Não posso falar muito sobre o figurino, já que não tenho muita noção sobre a moda de épocas específicas. Sobre o cenário, entretanto, posso falar abertamente. Há algumas paisagens estonteantes, a cena em que Willoughby vê Marianne pela primeira vez, assim como aquela em que ela chora após voltar de Londres ficaram maravilhosas. Também gostei muito das casas, o chalé de Barton me pareceu realmente aconchegante.

Fiquei bastante feliz por ter assistido ao filme e fiquei com vontade de ver como ficaram as adaptações dos outros romances da autora. A versão de 2005 de Orgulho e preconceito eu já assisti várias vezes, mas não custa nada ver de novo, não é mesmo? Pretendo reler as outras obras que já li da autora (Orgulho e preconceito e Emma), escrever as resenhas, assistir às adaptações e fazer posts sobre elas também, sempre deixando nessa tag, ADAPTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS. E assim que der faço a mesma coisa com os outros três romances (Mansfield park, A abadia de Northanger e Persuasão). Vai demorar um pouco porque estou esperando eu comprar os livros antes, e os que eu quero são os de uma coleção linda da Martin Claret, com um preço não muito amigável, haha.

❤ Até o próximo post! ❤

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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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