Meu projeto de releituras está dando super certo e estou bem feliz por isso! E reler as obras da Jane é uma experiência ainda mais especial, já que ela é uma das minhas autoras preferidas. Emma, entre as obras da escritora que já li, é meu segundo favorito (o primeiro é Orgulho e preconceito).
O livro conta a história de Emma Woodhouse, personagem que dá título à obra. Ela é uma aristocrata de 21 anos com uma renda bastante grande, de 30 mil libras por ano, que vive com o pai na propriedade da família, Hartfield. Sua mãe faleceu quando ela era muito nova e sua irmã mais velha, Isabella, é casada há anos com o mais novo dor irmãos Knightley, sr. John Knightley. Sendo assim, desde cedo ela se tornou a senhora de Hartfield e, apesar de valorizar a opinião de sua governanta, srta. Taylor, sempre age da maneira que achar melhor. A única outra pessoa a quem Emma às vezes dá ouvidos é o Sr. Knightley, o mais velho dos irmãos e antigo amigo da família. Ele também é a única pessoa na região com uma renda ainda maior e com mais prestígio que os Woodhouse.
Emma, além de rica e independente, também é bastante inteligente. Entretanto, como todos, também possui defeitos. E uma das poucas pessoas capazes de enxergar esses defeitos é justamente o Sr. Knightley. O Sr. Woodhouse a vê como a mais perfeita das damas, e os moradores do condado sempre dizem como ela é uma senhorita muito boa. Tendo crescido cercada de tantas atenções, Emma se tornou um pouco obtusa, o que gera alguns (vários) problemas ao longo da história.
Ao conhecer Harriet Smith, a filha bastarda de alguém com boa situação financeira, Emma decide fazer dela sua amiga e introduzi-la nos círculos sociais mais altos de que ela própria faz parte. Todos consideram essa nova amizade benéfica para as duas moças, com exceção do Sr. Knightley, o personagem mais sensato na história inteira. Não que ele não se deixe levar pelas emoções de vez em quando, mas na maioria das vezes ele é o único capaz de enxergar o quadro geral e de captar alguns detalhes não percebidos pelos outros personagens. Conhecendo Emma, desde o início ele prevê que a amizade entre ela e Harriet trará problemas. A srta. Woodhouse é um tanto quanto mimada, sempre achando que suas opiniões sobre o mundo estão corretas, e acaba influenciando Harriet a acreditar e fazer certas coisas não muito adequadas e que acabam sendo prejudiciais para a amiga, que acaba sendo a maior vítima das tentativas de Emma de fazer o papel do cupido e juntar casais.
O sr. Woodhouse, por sua vez, é um pouco hipocondríaco e reclama de tudo. Ele está sempre dizendo que fazer isso, comer aquilo etc. vai deixar a pessoa doente. Além disso, ele é totalmente avesso à mudanças. Quando a srta. Taylor se casa e deixa a propriedade dos Woodhouse para se tornar a sra. Weston, ele repete para quem quiser ouvir quão desafortunada foi a mulher por ser obrigada a deixar seu lar, quando na verdade ela está muitíssimo feliz com sua nova família. Ele reclama tanto que chega a ser engraçado.
Como é comum nos livros de Austen, conhecemos várias famílias na história, das mais pobres às mais abastadas. Alguns personagens são mais peculiares que os outros, alguns mais tolos, outros mais dissimulados, alguns reservados e outros impertinentes ou egocêntricos. Há tipos dos mais diversos, o que contribui para deixar o livro ainda mais atraente.
A única coisa que me incomoda um pouco diz respeito ao casal principal. E aqui talvez eu dê um pequeno spoiler, então se não quiserem ler, pulem para o próximo parágrafo. A diferença de idade entre eles é grande, mas esse não é um problema para mim. O que me incomodou foi o fato de ele dizer que começou a se apaixonar quando ela tinha por volta dos treze anos (ele teria em torno de trinta). Essa não é uma situação que eu veja com bons olhos, mas também é preciso levar em conta que ele nunca a aborda de uma maneira que sugira mais do que amizade até ela já ter mais de vinte anos e sempre a trata com o devido respeito.
Enfim, eu gosto muito da história que Austen criou e fiquei felicíssima em reencontrar esses personagens maravilhosos. Recentemente adotei o hábito de marcar as passagens que me são mais interessantes com post-its e o livro ficou cheio deles, como dá para ver um pouco na foto aqui em cima. É uma obra que aprecio bastante e espero ter convencido vocês a lê-la também.
❤ Até o próximo post! ❤
