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  • Foto do escritorFernanda Palhari

Mentirosos, de E. Lockhart

Atualizado: 8 de abr. de 2020


Mentirosos está entre os melhores livros que já tive a oportunidade de ler. Tudo nele me encanta, a escrita quase poética, a história e os temas por meio dela abordados. A narradora e personagem principal, Cadence, inicia o livro nos contando sobre sua família, os famosos Sinclair. Democratas, determinados, de queixo quadrado, bons nos esportes, inteligentes, que não aceitam não como resposta. Eles são status e dinheiro. A família possui uma ilha particular em Massachusetts e é para lá que vão todo verão. Nessa ilha existem quatro casas, uma para os avós de Cadence e uma para cada uma das três filhas do casal, e é nela que se desenrola a história que Cadence nos conta.

Desde pequena, Cadence, seus primos Mirren e Johnny e seu amigo Gat são conhecidos como os Mentirosos, o grupo de amigos que estão sempre juntos se divertindo pela ilha. No verão dos quinze anos (eles nasceram em datas bem próximas), entretanto, Cadence sofreu um acidente que a fez ter perda de memória e acabou ficando sem contato com os amigos pelos próximos dois anos seguintes, já que os quatro se viam apenas durante o verão. Devido ao acidente, Cadence tem fortes enxaquecas que a impossibilitam de continuar praticando esportes e a fazem faltar mais da metade do ano letivo.

Agora, dois anos depois, Cadence finalmente recebe permissão dos médicos e da família para passar o verão na Ilha Beechwood novamente e fica grata por poder rever os queridos amigos. Mas, de alguma forma, a relação entre eles parece diferente, assim como a interação entre as mães deles. Além disso, a casa dos avós foi substituída por outra, mais moderna, e o carvalho centenário que Cadence amava também não está mais lá.

Assim, Cadence se dedica, durante as semanas seguintes, a fazer de tudo para recuperar sua memória e entender o que de fato aconteceu durante o verão dos quinze. E nós a acompanhamos nessa jornada nem um pouco fácil. Há dias em que ela sai para encontrar os amigos, outros em que tudo o que ela consegue fazer é ficar deitada na cama esperando a enxaqueca passar, de tão horrível que é a dor. Sua mãe a força a parecer bem e a participar das refeições em família, além de insistir para que ela passe mais tempo com os primos menores e com o avô, cuja mente está se deteriorando.

Lockhart escreveu a história usando uma mistura linda entre a prosa e a poesia, e essa linguagem mais poética é algo que me chamou a atenção desde o início. Cadence descreve o mundo a sua volta, principalmente seus amigos e suas dores de cabeça, por meio de comparações e metáforas que nos tocam fundo, na grande maioria das vezes. Além disso, ela também narra pequenas contos, variações de contos de fadas ou outras histórias, ao longo de todo o livro e podemos ir fazendo relações entre elas e a própria história da personagem.

A autora também abordou alguns temas bem importantes no livro. Os Sinclair são ricos e almejam sempre mais, todas as três filhas se preocupam em se manter merecedoras aos olhos do pai para garantirem o recebimento da herança e isso vai aos poucos corroendo a relação entre elas, o que acaba afetando a família como um todo. Um outro ponto trabalhado por Lockhart é o preconceito, o patriarca da família não suporta a ideia de que uma de suas filhas se envolveu com um homem de ascendência indiana, por exemplo.

O livro inteiro mexe com nossas emoções, mas é o final da história que nos faz sentir até transbordar. Acompanhar a jornada de Cadence e seus amigos foi uma experiência incrível e pela qual espero que vocês também tenham a oportunidade de passar. Espero realmente ter conseguido mostrar o quão boa é esta obra e ter convencido vocês a lê-la também.

❤ Até o próximo post! ❤

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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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