top of page
  • Foto do escritorFernanda Palhari

Tartarugas até lá embaixo, de John Green

Atualizado: 6 de abr. de 2020


Título: Tartarugas até lá embaixo (Turtles all the way down)

Autoria: John Green

Tradução: Ana Rodrigues

Editora: Intrínseca

Tartarugas até lá embaixo é um livro que desde antes do lançamento já chamou minha atenção. Tanto por ser a mais nova obra de um autor que gosto bastante, quanto pela arte da capa, no mínimo intrigante, e pelo título. Afinal, o que as tartarugas tem a ver com a história?

A protagonista, Aza Holmes, é uma adolescente de dezesseis anos que decide, por influência de sua amiga Daisy, encontrar o bilionário Russel Pickett e garantir os cem mil dólares oferecidos para qualquer informação que leve ao paradeiro do magnata. Para isso ela faz uso de sua longínqua amizade com o filho dele, Davis. Aza também precisa lidar com seu TOC e com as espirais de pensamentos em que ele a põe enquanto tenta manter sua relacão com a mãe, os amigos, o pessoal da escola e tenta descobrir como se sente em relação a Davis Pickett.

O livro é narrado pela própria Aza, nos proporcionando uma maior sensação de proximidade com a personagem. E essa sensação se torna bem importante nos momentos em que Aza passa pelas espirais de pensamento por conta do TOC. Essas partes são bem angustiantes e foram especialmente difíceis de ler. E aqui cabe uma reflexão da nossa parte: se já é difícil ler sobre isso, imagina passar por essa situação todos os dias. Esses trechos (assim como o livro inteiro) nos ajudam a lembrar que Transtorno Obsessivo Compulsivo é algo bastante sério e que merece ser tratado com o devido respeito. Vale lembrar que o próprio Green tem TOC, então as experiências dele devem ter influenciado e ajudado a compor a personagem de Aza.

Algo que achei muito bacana foi como o autor mostrou também o outro lado da moeda, como as pessoas que convivem com quem tem TOC podem se sentir. A melhor amiga da protagonista, Daisy, a ama muito, mas mesmo assim tem dificuldade em lidar com ela. Em muitos momentos ela sente como se Aza ficasse muito presa na própria cabeça e não se importasse com o que acontece com as pessoas a sua volta. Mas Aza dá dois exemplos ao longo do livro, um relacionado a mostarda e outro a escuridão e medo, que ajudam Daisy e a nós a entender um pouquinho mais a batalha diária que quem tem TOC enfrenta.

O livro vai aos poucos mostrando como é difícil ter que lidar com as enxurradas de pensamentos frenéticos e ao mesmo tempo tentar manter relações com pessoas que estão aqui fora. Tudo que Aza quer é ter uma vida normal, como todo mundo ao seu redor parece ter, mas conseguir isso não é uma tarefa simples. Quando ela está com Davis, por exemplo, ela deseja muito ter um encontro normal, mas sempre acaba acontecendo alguma coisa nos pensamentos dela que torna isso praticamente impossível.

Gostei muito de acompanhar a história de Aza. Seu relacionamento com a mãe, com o falecido pai, com Daisy e outros amigos, com Davis. E gostei ainda mais de como Green escolheu terminar o livro, mostrando que nós conseguimos, sim, enfrentar as dificuldades, por mais invencíveis que elas possam parecer, e que podemos, sim, ser protagonistas da nossa própria vida.

O livro me deixou com uma sensação bem agridoce após a leitura, como já é de praxe. Acho que ninguém consegue terminar uma obra do autor e se dizer feliz, mas mesmo assim nós sempre gostamos do que lemos. As histórias que li dele até agora são todas importantes e potencialmente reais e acho que é esse o ponto que mais me faz gostar delas.

Tartarugas está cheio de frases sublinháveis, bem como diz a sinopse. Só não marquei cada uma delas porque a edição que usei para leitura não é minha. Há frases memoráveis tanto do próprio Green quanto de outros autores famosos, como James Joyce, Charlotte Bronte, Emily Dickinson e William Shakespeare. Pensei em colocar algumas aqui no post, mas acabei achando que seria melhor se vocês tivessem a experiência de lê-las diretamente na história. Espero que vocês curtam (ou tenham curtido, se já leram) o livro tanto quanto eu curti.

❤ Até o próximo post! ❤

Posts recentes

Ver tudo

Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

EU.jpg
  • skoob_icon
  • Twitter
  • Pinterest
  • Spotify - Black Circle
  • Instagram
bottom of page