A probabilidade estatística do amor à primeira vista é daqueles livros que a gente lê em uma sentada. Só não fiz isso nessa releitura porque o peguei para ler bem no fim do semestre da faculdade, um período um tanto conturbado e com quase nenhum tempo livre. Acabei começando a leitura no início de julho e finalizando bem no dia 31 do mesmo mês - li algumas outras obras antes de voltar para as páginas desse aqui.
Hadley é uma adolescente de dezessete anos que se vê obrigada a viajar para Londres devido ao casamento do pai e não está nada bem com isso. Eles dois e sua mãe costumavam viver bem felizes nos EUA até que seu pai aceita ir dar aulas por um semestre em Oxford e não volta mais para casa. Em vez disso, ele se apaixona por uma colega do trabalho e opta por ficar na Inglaterra e se separar da esposa. Agora Hadley, que está acostumada a viajar mas nunca saiu do país, precisa fazer isso pela primeira vez para ver a cerimônia que, na perspectiva dela, marca oficialmente o fim da sua família.
No início da leitura já vamos percebendo que a protagonista está muito chateada com o pai. Eles costumavam ter um relacionamento bem próximo e de repente ele se tornou praticamente um desconhecido. Ela sente como se ele tivesse virado as costas para ela e a mãe, um posicionamento bastante compreensível, ainda mais pela idade dela. Ela está no aeroporto, prestes a entrar em um avião, uma experiência que já seria ruim o suficiente por conta da claustrofobia, se dirigindo ao momento que ela mais temeu durante os últimos meses.
É no meio desse turbilhão de emoções que ela conhece Oliver, um rapaz que lhe oferece ajuda enquanto esperam o horário do embarque. Hadley perdeu seu voo, mas conseguiu lugar no próximo avião -que por coincidência é do lado de Oliver. De início, ela o vê como um rapaz bonito, sobre quem gostaria de contar para as amigas, mas o encontro deles acaba sendo bem mais que isso.
Eles passam as horas seguintes (desde antes do embarque até chegar a Londres) conversando sobre os mais diversos assuntos. Tocam em questões pessoais e falam sobre coisas sem sentido algum, criando um laço que normalmente não acontece dentro de um avião. Ambos são divertidos e com um humor bastante peculiar, principalmente Oliver, conseguindo arrancar várias risadas e sorrisos do leitor. Eles também estão cheios de inseguranças e sentimentos indefinidos, tanto bons quanto ruins, deixando ainda mais sólida a ponte que nos liga aos personagens.
A probabilidade estatística do amor à primeira vista é um livro com o qual podemos nos identificar, mesmo que não acreditemos nesse tipo de amor. Ele trata de muito mais do que apenas dois jovens que se apaixonam logo no primeiro encontro. Fala de amor, de perdão, de segundas chances. De saber que a vida pode nem sempre ser do jeito que sempre sonhamos, mas que isso não significa que ela seja ruim - e que, na verdade, talvez esteja muito melhor do que estaria se as coisas tivessem saído como havíamos planejado.
Ele também mostra que coisas aparentemente impossíveis podem, sim, acontecer. E que nem tudo que à primeira vista parece loucura realmente é. A probabilidade estatística é um livro fofo, que nos apresenta a força do amor e dos laços familiares por meio de dois personagens que, apesar de estarem em momentos confusos e difíceis das suas vidas, tentam dar o melhor de si e aprendem com as experiências a que são expostos pela vida, não esquecendo que o humor e a felicidade estão há apenas alguns passos, um telefonema ou uma viagem de distância. Ou bem ali, no assento ao lado do avião.
❤ Até o próximo post! ❤
