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  • Foto do escritorFernanda Palhari

Terminando uma jornada: Kingdom of Ash, de Sarah J. Maas

Atualizado: 6 de abr. de 2020


Enquanto escrevo esse post estou escutando a playlist que a @mariadalivraria fez para o livro lá no Spotify, chamada Fireheart, a throne of glass playlist (recomendo muito, aliás), e procurando artes da série no Pinterest para encontrar inspiração, o que já me fez rir e chorar no espaço de segundos. Essa vai ser uma postagem um pouquinho diferente das que costumo fazer para livros aqui no blog, pois quero falar tanto de um livro específico quanto da série a que ele pertence - e minha experiência com ela.

Trono de vidro tem sido uma das minhas séries favoritas há anos. Não a acompanho desde o início, nem consegui ir lendo os livros logo após os lançamentos, mas acho que já passamos da época de achar que esses são fatores obrigatórios para ser fã de alguma coisa. Os livros sempre me prenderam e desgrudar de algum deles durante a leitura era algo quase impossível - Kingdom of Ash que o diga. Eu iniciei a leitura do último volume com o projeto da Nádia de ler trinta páginas todos os dias ao longo de um mês (uma forma que ela encontrou de estimular a leitura diária), mas quando vi já estava devorando o livro - acho que houve um dia em que acabei lendo cerca de trezentas páginas. Enfim, vivenciar essa leitura do último volume da série foi algo bem especial para mim.

Esse trecho da foto aqui de cima foi o que li na amostra kindle disponível no site da Amazon antes de comprar a versão física e lembro que fiquei com ainda mais vontade (se é que isso é possível) de ter a obra em mãos para poder ler. Li até o final dessa parte do prólogo, mas não continuei para a próxima - aliás, nem sei se ela está disponível para leitura por lá - porque queria ter a sensação de ler pela primeira vez no livro físico. A segunda parte do prólogo é onde nos é apresentada uma das frases que mais tem sido usadas para falar sobre o livro e que me tocou muito logo na primeira vez que a li: "Era uma vez, em uma terra há muito queimada até as cinzas, vivia uma jovem princesa que amava seu reino..." (tradução minha). E o que essa frase significa para a Aelin na história faz com que ela se torne ainda mais especial.

A protagonista da série é uma mulher incrível, e nesse último volume fica ainda mais clara a força dela e de todas as outras personagens femininas, tanto interna quanto externamente. Elas são submetidas a situações inimagináveis e mesmo assim conseguem, de uma forma ou de outra, encontrar a si mesmas novamente. Continuam lutando por aquilo em que acreditam e pelas pessoas ao redor. Conseguem encontrar um caminho mesmo quando se encontram envoltas em puro caos e, até mesmo, desesperança. Eu fiquei encantada em ver como essas mulheres amadureceram ao longo dos livros, como elas se transformaram ou se tornaram ainda mais fortemente aquilo que já mostravam ser desde o início.

Tudo nesse livro me encantou, a começar pela capacidade de Maas de transmitir tanto com tão pouco. Pode parecer estranho dizer isso quando se fala de um livro com quase mil páginas, mas foi assim que senti a história. E não só com esse, mas com todos os livros da série. As interações são sempre cheias de significados, e na maioria das vezes eles não estão claramente explícitos no texto. Eu costumo pensar que para cada frase escrita pela autora existem mais dez escondidas, e cabe a nós leitores entendermos o que mais aquelas palavras querem dizer, além do óbvio. Também me encanta como, em várias cenas, não são as palavras ditas pelos personagens que constroem o diálogo, mas sim as expressões, os gestos, os olhares, e isso torna tudo tão mais profundo.

Essa profundidade é um dos pontos que mais me chama atenção na série inteira. Mesmo quando os personagens estão sendo aparentemente levianos ou descuidados há sempre um motivo, muitas vezes oculto, para que eles estejam fazendo aquilo, principalmente quando se trata da protagonista, mas não só. Muito do sentido da história não nos é dito nem pelos diálogos nem pelo narrador onisciente, mas pelas ações dos personagens, e é entendendo o que elas significam naquele determinado contexto que compreendemos a importância de passagens essenciais.

Não quero falar muito sobre o enredo porque desejo que todo mundo possa ter a experiência de presenciar tudo em primeira mão durante suas próprias leituras, mas quero sim falar sobre os casais. Porque, para o bem ou para o mal, eles sempre são uma parte bem importante da história para mim, ainda mais quando os relacionamentos são tão bem construídos. Eu acho incrível como ao longo da série os personagens mudam, se desenvolvem, começam e terminam relações (de forma pacífica ou não) e crescem com a ajuda disso. Faz com que a história se torne ainda mais crível. Ninguém encontra sua alma gêmea na primeira tentativa, e alguns deles nunca encontram. Todos passam por altos e baixos, alguns agem de forma totalmente desnecessária, mas no fim, com a ajuda daqueles que os cercam, eles encontram novamente o caminho do qual se haviam perdido.

E esse é um outro ponto bastante caro na história para mim, a importância das pessoas que estão ao nosso redor, da família em que nascemos ou aquela que construímos. Eu sempre fico profundamente tocada quando leio passagens em que esse amor e esse companheirismo se fazem mais fortes, seja em cenas em que se compartilha dor ou alegria. A família está sempre ali, de uma forma ou de outra, tanto nos momentos tristes quanto nos felizes.

Para mim Kingdom os ash foi um final bastante digno para a série, e as mais de novecentas páginas foram muito bem usadas. O único momento em que não pensei dessa forma foi quando achei que a situação inicial da Aelin estava se estendendo por tempo demais, mas o restante do livro compensa qualquer possível crítica que eu tenha em relação à obra. Foi uma experiência e tanto acompanhar cada um dos personagens lutando suas próprias batalhas, internas e externas, até que todos enfim pudessem se reunir e lutar na batalha final, preconizada desde livros atrás.

Foram vários momentos de choro, em algumas das vezes eu precisava até mesmo pausar a leitura por alguns minutos para que meu olho desembaçasse e eu voltasse a enxergar direito, e em outras a única solução era deixar as lágrimas caírem até eu me acalmar. É incrível como um livro pode mexer tanto com a gente, não é? Mas também há momentos felizes na história, acho importante ressaltar, antes que fique a impressão de que o livro é tristeza e dificuldade do início ao fim. Eu li em algum lugar que a série é tão incrível quanto Game of Thrones e tendo concordar. Não li os livros do mundo de Westeros, mas acompanho a série da HBO e, apesar de haver várias diferenças entre os dois mundos, há muita coisa parecida, a começar pela jornada em busca de um trono há muitos anos tomado por meio de sangue e pela presença de personagens femininas fortes.

Como fui lendo a série ao longo de anos e nunca reli nenhum dos livros, senti que não consegui fazer algumas conexões durante a leitura. Acabei sabendo de algumas fuçando no Pinterest, mas sei que ainda existem outras para eu descobrir. Esse é um dos motivos pelos quais planejo fazer uma releitura de Trono de vidro, assim que eu conseguir completar minha coleção (fui lendo a história em exemplares emprestados) de edições físicas brasileiras. Por enquanto eu tenho Trono de vidro, Coroa da meia-noite, Torre do alvorecer e Reino de cinzas, então ainda faltam Herdeira do fogo, Rainha das Sombras e Império de Tempestades (tomos um e dois), além de A lâmina da assassina, a coleção de contos da série que eu ainda não li.

Eu escolhi fazer esse post em um formato mais parecido com um diário tanto porque não queria falar muito sobre o enredo de Kingdom of ash, livro que me motivou a fazer a postagem, quanto para torná-lo mais pessoal, já que essa série é tão especial para mim. Se você já é fã da série, desejo que sua experiência finalizando-a seja maravilhosa (se ainda não a tiver concluído, no caso), e se você ainda não leu, considere esse post como uma indicação do fundo do coração para você conhecer o mundo fantástico que a Sarah criou em Trono de vidro <3

"You must be braver a little while longer, and remember...

Her mother placed a phamtom hand over Aelin's heart.

It is the strenght of this that matters. No matter where you are, no matter how far, this will lead you home."

"Deve ser corajosa por mais um tempo e lembre-se...

A mãe apoiou a mão fantasma sobre o coração de Aelin.

É a força disso que importa. Não importa onde você esteja, não importa o quão longe, isso a levará para casa."

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❤ Até o próximo post! ❤

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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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