top of page
  • Foto do escritorFernanda Palhari

A princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace



Após anos vendo maravilhas sendo ditas sobre o livro e depois de tê-lo como recomendação fortíssima de pessoas queridas, finalmente peguei para ler A princesa salva a si mesma neste livro - e não me decepcionei. Eu não tenho a menor pretensão de analisar o livro no que tange ao fazer poético, aspecto da obra que vive sendo referido de forma nada lisonjeira por aí, mas sim de dizer como ele me fez sentir, que acho ser o ponto mais importante quando pegamos um livro para ler. Sou formada em Letras, mas não fico analisando cada livro que leio como se precisasse escrever um ensaio sobre o dito cujo - às vezes a gente só quer sentir, e isso Lovelace nos proporciona aos montes.


O poema-dedicatória da obra já começa aludindo ao menino que sobreviveu, o que proporciona de cara ao leitor uma sensação de proximidade com o eu-lírico do livro, já que há toda uma geração que cresceu em meio às páginas de Harry Potter. E essa característica de fazer referências, de criar intertextualidades, está presente em todo o volume. Amo ver como escritores citam outros autores ou suas obras em suas próprias criações, então esse com certeza foi um dos fatores que contribuíram para deixar minha experiência de leitura ainda melhor. Inclusive, em um dos últimos poemas de A princesa salva a si mesma Lovelace se refere a outras seis escritoras, entre elas Virginia Woolf, que eu gosto tanto.



Gostei da forma coma a obra se apresenta dividida em quatro partes, I. a princesa, II. a donzela, III. a rainha, IV. você; de como ao longo dessas partes o foco da autora passa de pessoas terceiras aos leitores, integrando ainda mais quem lê ao que é lido - e sentido; de como nós conseguimos testemunhar as conversas internas e os dizeres não ditos à figuras que machucaram a voz dos poemas em algum momento ou, ao contrário, lhe mostraram uma luz. Gostei de acompanhar a jornada do eu-lírico de saída de um mundo escuro, cheio de experiências difíceis, até um mundo de luz, em que desafios continuam existindo, mas são enfrentados à partir de uma perspectiva diferente.


E gostei, por fim, de acompanhar a trajetória de uma mulher que se levanta, que cura suas feridas e veste suas cicatrizes com orgulho. Que às vezes vacila - porque somos todos humanos -, mas ainda assim segue em frente. Que acredita em si mesma e sabe não precisar provar nada a ninguém, mas ainda mantém a suavidade para estender a mão e oferecer ajuda.



Finalizei a obra com a sensação de "quentinho no coração" que estava buscando quando montei minha tbr de outono, da qual o livro faz parte. Me senti acolhida e compreendida, mesmo que minhas experiências tenham sido diferentes das da autora. Eu gostaria de ter conseguido escrever mais sobre A princesa salva a si mesma, mas mesmo salvando o rascunho e retornando várias vezes para tentar desenvolver melhor o que escrevi o texto continua praticamente o mesmo. Não sei se é efeito da quarentena - essa semana tem tido dias especialmente difíceis, em que minha motivação está praticamente na estaca zero -, mas decidi me conformar com o que consegui escrever. Espero ter conseguido transmitir o quão gostosa foi essa leitura :)


Se você gostou da postagem e quer ajudar a apoiar o blog, é só clicar no coraçãozinho ali embaixo (próximo aos botões de compartilhamento) e, se quiser, aproveitar para compartilhar o conteúdo em alguma rede social também :)

❤ Até o próximo post! ❤


Posts recentes

Ver tudo

Comments


Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

EU.jpg
  • skoob_icon
  • Twitter
  • Pinterest
  • Spotify - Black Circle
  • Instagram
bottom of page