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The bookish life of Nina Hill, de Abbi Waxman


Título: The bookish life of Nina Hill

Autoria: Abbi Waxman

Livro na Amazon: e-book / paperback


Esse livro de Abbi Waxmanl foi um dos vários romances que peguei para ler esse ano. A quarentena me fez buscar por alternativas de leitura mais leves para intercalar com um ou outro livro mais exigente, e essa experiência tem se mostrado mais produtiva do que eu havia imaginado, pois como boa parte dos títulos escolhidos tem sido em inglês, estou aproveitando para aprimorar meus conhecimentos na língua enquanto me divirto lendo. E o ponto alto é que, apesar de serem leituras leves, cada uma delas explora ao menos um (geralmente mais de um) tema importante de ser discutido.


The bookish life of Nina Hill chama de imediato a atenção de qualquer leitor apenas com o título, que num instante o apresenta como uma narrativa sobre uma leitora - e que história poderia ser melhor para qualquer apaixonado por livros, não é mesmo? Mas a autora também explora as aventuras e desventuras das relações familiares e a vivência da protagonista com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDAH (ADHD, em inglês).


"She tought of books as medication and sanctuary and the source of all good things. Nothing yet had proven her wrong."



Nina cresceu sem muitas relações familiares, acompanhada da babá, de quem é muito próxima. Já adulta, ela trabalha em uma livraria, organiza clubes do livro e participa de campeonatos de trivia com um grupo de amigos. Seu círculo de relações é bastante pequeno, mas se expande de uma hora para outra quando descobre a enorme família a que está ligada devido ao pai - cujo rosto ela nunca tinha nem visto.


É esse um dos ganchos usados pela autora para trabalhar as relações familiares. Em uma família grande o que não falta são ângulos a serem inspecionados, traumas a serem enfrentados e explicações de memórias antigas a serem buscadas. E nova família a que Nina é apresentada também a leva a se enveredar pelos labirintos da própria infância e de seu relacionamento com a mãe.



Outro tema explorado pela autora, como mencionei no início, é o do Transtorno do Décicit de Atenção e Hiperatividade. Os únicos livros em que eu havia me deparado com personagens portadores de TDAH eram os de Riordan, que trazem sim grande representatividade, mas como todos eles são semi-deuses e não têm uma vida considerada "normal", não conseguimos ter uma noção muito boa de como é viver com esse transtorno. É claro que ler sobre algo nunca será como vivê-lo de fato, mas Abbi Waxman consegue nos fazer ver, ao menos um pouco, como o TDAH pode afetar - e afeta - a vida diária de uma pessoa comum.


Além disso, nossa protagonista é ansiosa, e algumas das cenas mostram bastante bem o quão angustiante é uma crise de ansiedade e como é difícil evitar que a doença seja a condutora da vida quando se sofre com ela. Essas partes podem ser gatilho para algumas pessoas, então fica aqui o aviso. Nina também é bastante dedicada a manter seu planner atualizado, tanto para fins de organização quanto para sentir que ela está no controle da sua vida, e para mim essa faceta da protagonista funcionou muito como um espelho de mim mesma. Ah! E nós conseguimos ver as páginas dos planners de Nina reproduzidas no livro, então tudo parece ficar ainda mais real.



O terceiro grande tema da história é o amor por livros. Nina lê bastante e também organiza clubes de leitura na livraria em que trabalha, incentivando pessoas de várias idades a manterem esse hábito maravilhoso e fornecendo um espaço em que elas podem conversar sobre os títulos que leem. O livro é recheado de quotes perfeitos para bookworms!


"She'd never felt more at home than she did at Knight's, with the plentiful sarcasm and soothing rows of book spines. It was heaven on earth."


Essa busca por conhecimento e por histórias se estende aos assuntos mais aleatórios, que a deixam equipada para participar dos campeonatos de trivia organizados nos bares da cidade. Mas esses jogos são muito mais do que apenas um passatempo para ela, e a verdadeira importância deles para a protagonista nos toca profundamente quando a entendemos.


A história de amor não é muito enfocada, apesar de ter, sim, um papel importante na história. Ela é desenvolvida ao mínimo e bastante rapidamente, o que me incomodou um pouco. Entendo que havia outros caminhos que precisavam ser percorridos pela protagonista, mas acho que justamente por a relação romântica ser um dos pontos determinantes para algumas mudanças de perspectiva ela poderia ter sido melhor trabalhada. Mas ainda assim houve alguns momentos fofinhos para me consolar hehe.



A escrita da autora é recheada de ironia e sarcasmo, figuras de linguagem bastante usadas pela própria protagonista e por mais alguns personagens. É um prato cheio para fãs de Jane Austen. E já que estamos falando de personalidades impactantes, não posso deixar de citar o gato da protagonista, que "personifica" todas as coisas que vivemos dizendo sobre esses pequenos felinos.


O site da autora (linkado na ficha técnica do livro, no início do post) reflete bem esse aspecto da escrita dela - ele é super divertido e irônico, tanto pelos textos quanto pelas ilustrações. Gostei tanto dessa característica (não é segredo nenhum que amo histórias que fazem bom uso de ironia) que estou de olho nos outros livros de Abbi - e um deles já está até na minha tbr de primavera, que está sendo construída e vou compartilhar por aqui no mês que vem. E um último adendo sobre algo que achei super bacana: no site estão disponíveis kits em pdf com questões para discussão do livro em clubes de leitura (que servem muito bem para reflexões conosco mesmos, se for o caso).


Ficaram com vontade de ler The bookish life of Nina Hill? Qual das características que citei deixaram vocês mais interessados pela história?


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❤ Até o próximo post! ❤


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Fernanda Palhari ama ler e falar sobre livros, organização e desenvolvimento pessoal, gosta de visitar e indicar locais bacanas, é adepta da yoga e tenta manter um estilo de vida saudável para o corpo e para a mente.

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